sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Em sessão especial, Perillo diz que crise no mercado financeiro é "teste de fogo" para administrador

Ao abrir sessão especial do Senado para comemorar os 43 anos de criação da profissão de administrador, o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) afirmou que só houve situação pior à atual no mercado financeiro internacional após o atentado de 11 de setembro de 2001 contra o World Trade Center em Nova York. Toda crise, segundo ele, é um "teste de fogo" para os administradores.

Marconi Perillo, que é autor da proposta de homenagem, acrescentou que os administradores do Brasil e do mundo têm razões de sobra para "fazer valer essa admirável profissão, marcada pelo espírito de superação, porque administrar no contexto de competitividade do mundo globalizado é suplantar barreiras e metas".

- Que implicações essa crise trará para o administrador das empresas e dos negócios do Brasil na América e no mundo permanece uma incógnita para a qual somente a capacidade de auto-superação dos nossos homenageados terá uma resposta - disse Marconi Perillo.

O senador afirmou que, quando ocorreu a derrocada da União Soviética, chegou-se a pensar que o mundo viveria um longo ciclo de unipolarismo econômico e político da economia norte-americana. No entanto, observou, hoje as economias emergentes representam uma nova força capaz de rivalizar com as economias da Europa e da América do Norte.

Para Marconi Perillo, ainda, o crescimento da economia mundial e a permeabilidade entre os mercados consumidores não podem significar renúncia aos direitos e garantias trabalhistas, tampouco à manutenção de condições de dignidade do mercado laboral.

- Se esses padrões não se transformarem em bandeiras de luta universais, estará em jogo o próprio sentido da competição e o do desenvolvimento tecnológico, que não podem se colocar à frente nem da condição humana nem da sustentabilidade planetária - afirmou.

A proposta de homenagem ao administrador teve como objetivo, segundo o senador, "destacar a importância deste profissional no desenvolvimento do país". A profissão foi criada em 9 de setembro de 1965, com a publicação da Lei 4.769/65.

Além de Marconi Perillo, participaram da sessão de homenagem o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e os presidentes do Conselho Federal de Administração, Roberto Carvalho Cardoso, do Conselho Regional da Administração do Distrito Federal,Maria doRosário Moraes, e da Associação Goiana de Administração, Samuel Albernaz.

Suplicy destaca contribuição do administrador ao progresso do país
Em sessão especial de homenagem aos 43 anos da criação da profissão de administrador, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou sua condição de ex-aluno e hoje professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo e aplaudiu os administradores do Brasil inteiro "por sua contribuição ao progresso do país".

Suplicy disse que a Escola de Administração de Empresas de São Paulo é um estabelecimento de ensino superior pioneiro, tem faculdades de Economia, Direito e Administração Pública e tornou-se um centro de excelência, reconhecido internacionalmente e com convênios com várias instituições estrangeiras, como a Universidade Estadual de Michigan (EUA).

O senador lembrou seus tempos de estudante, quando interrompeu os estudos durante um semestre para visitar a Europa Ocidental e o Leste Europeu porque queria comparar os dois sistemas econômicos: capitalismo e comunismo. Ele afirmou ter chegado à conclusão de que o melhor governo seria aquele com metas sociais para construir uma sociedade mais justa e igual, mas atingindo esses objetivos por meios democráticos.

O senador acrescentou que, na política, sempre se tem pautado por esses ideais socialistas, mas pregando métodos sem violência e com profundo respeito à democracia.

Vestibulandos

Já o presidente do Conselho Federal de Administração, Roberto Carvalho Cardoso, disse que, apesar de a profissão ser a "caçula" das regulamentadas, já há cerca de 1,5 milhão de administradores de empresas em atuação no Brasil.

Segundo dados do Ministério da Educação citados por Roberto Cardoso, a administração de empresas é, nos dias de hoje, a profissão mais procurada pelos vestibulandos.

- Hoje, a abrangência do mercado de trabalho para o administrador é muito ampla e traz importante contribuição para o crescimento brasileiro - afirmou.

Roberto Cardoso lembrou que, desde 1881, a profissão de administração de empresas populariza-se cada dia mais nos Estados Unidos, e que muitos consideram o espírito gestor norte-americano como a chave da pujança do país nos negócios. Naquele ano, segundo pesquisou o administrador, foi criada na Pennsylvania a primeira escola de administração nos moldes dos estabelecimentos de ensino da atualidade. Disse ainda que até 1950 só havia formação para essa profissão nos Estados Unidos e que, em 1953, a terceira escola criada fora desse país foi aberta no Brasil.

Para o presidente do CFA, o papel dos conselhos é o de difundir, incentivar e fiscalizar o exercício da profissão. Ele afirmou, ainda, que o Brasil precisa de bons gestores, comprometidos com a busca de resultados positivos e altos níveis de excelência.

Da Redação / Agência Senado


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